sábado, 24 de setembro de 2011

Sinto: è o bastante.


Alguma coisa aconteceu, hà algo Estranho,  
nada è mais como era.
Tudo mudou, não sei exatamente o que mudou, 
Sò  sinto a Mudança. 

domingo, 18 de setembro de 2011

Microcontos (Tentativas).

 - Era Imortal. Dizia:  Deus não perderia tempo criando mortais.

- Entendia entretanto não Compreendia. 

- Acreditava que era Destino , mas não  Ilusão.

- Estáva ali entre os votos brancos , nulos e indecisos . 

- Sonharà ele mormurando ao seus ouvidos saliençias. falava pra outra. 

 - ... E foi . Numa ida, sem esperanças de volta. 

- o Jeito seria dà um jeito , mas como ? se o jeito não tinha mais jeito. 

-  Se cruzaram uma única vez . Foi o bastante. 

- E ria das pròprias Desgraças.

-  Ultima Estação: Esperança. O trem não Parou. 

- A Fè existe sem Deus, mas Deus não existe sem Fè. 

- Todos Sorriam. Mas não sabiam o porque. 

- Esqueçeu que existia o ar. Morreu. Com um sopro no coração.


Ps: Depois de pensar, pensar, pensar ...  resultado final.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Casa das Mil Portas

- Para esquecer tudo, uma nova namorada. Que lê seu blog há meses - ( Drex alvarez )

- Esperou a hora certa, mas estava atrasado. - (Fernando Henrique Baldissera)

- Ia escrever, mas soa melhor enquanto pensamento. - (Rafael Trindade) 

- A vida chegava com cada sopro de vento. De manhã a nostalgia. - (Elyene Adorno)

- 'Engolir, eu não engulo', disse antes de engasgar. - (Idelber Avelar)

- Olhou para a porta. Pensou duas vezes. Entrou. - (Ana Roberta Richter)

- Não sou eu, sou outro. - (Affonso Guerrero)

- Cala com um beijo o primeiro 'te amo'. - (Jarbas Novelino)

- Ao encarar a morte, confessei meu amor. - (Cláudia Breithaupt)

- Fugiu com o circo. Estava apaixonado pelo palhaço. - (Daniel Q.)

-Em crise de identidade, questionou as próprias digitais. - (Markus Entelmann)

- 'Sonhar dá-nos asas', filosofou a meio da fatídica queda. - (Fernando Gomes dos Santos)

-  Precisão nipônica. Seu olhar apertado me corta. - (Bernardo Fernandes)

- Subitamente deu-se conta que a amava. - (Danilo Melo)

-Ela sofreu desde nascença, dando à luz a própria doença. - (Denis Pedroso)

- A sinceridade incondicional era a sua melhor mentira. - (Renata Marinho)




Ps : A Casa das Mil Portas é projeto com centenas de microcontos escritos por blogueiros brasileiros e portugueses. Um microconto é, uma história em prosa contada em cinqüenta letras ou menos. Se parece pouco é porque é realmente pouco. Fazer um microconto é um desafio literário, uma tentativa extremamente econômica de contar ou sugerir uma história inteira.

Ps: Aqui vc pode ver um pouco mais desse trabalho que pra mim è encantador.
- Tentei fazer os meus, passei dias pensando, pensando, pensando ... e acabou que saiu esses ai, não são là essas coisas, mas dà pra imaginar um pouquinho(ou não) ???!! .

sábado, 10 de setembro de 2011

The Lost Thing (Shaun Tan)




Shaun Tan é autor e ilustrador de livros. The Lost Thing ganhou o Oscar de melhor filme de animação.


Ps: Vale muito apena ver, sem palavras pra descrever o quanto esse filme mexeu comigo, è de uma sensibilidade extraordinària.

Daadab - (fronteira Quênia-Somália)


as mães carregam os corpos de seus bebês
amarrados às costas
sob a luz vítrea do deserto
durante semanas
e ao chegar em Dadaab mal conseguem
ficar de pé ou falar
de onde venho, não há comida
sob a luz fluorescente de uma tenda
um menino deitado sobre
um cobertor grosseiro de lã
olhos vidrados
pele frouxa
cabeça grande demais para o corpo
tem um tubo intravenoso preso
junto ao crânio
e o médico explica
aos repórteres dos jornais:
não conseguimos encontrar uma veia
em nenhum outro lugar

Diamba - Eu piro quando você passa

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

''Biscoitos da Sorte''.

Frase I: ''Superar o fácil não tem mérito, é obrigação; vencer o difícil é glorificante; ultrapassar o outrora impossível é esplendoroso." - 


 Alexandre Fonteles.


Frase II:  ''Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.'' 

Roberto Shinyashiki.


Ps: Frases do''Biscoito da Sorte''  do Aulão do Superbiologia.  Adorei as frases que o destino me mandou.


Eu a conheci há oito anos. Era minha aluna.(...) Logo na primeira aula descubro quase imediatamente qual daquelas garotas é a minha.(...) eu já estava com sessenta e dois anos, e a garota, que se cha-ma Consuela Castillo, tinha vinte e quatro. Ela não é como as outras da turma. Nem parece uma aluna, pelo menos uma aluna comum. Não é uma pós-adolescente, não é uma dessas garotas desmazeladas, tranchas, que dizem "tipo assim" cada vez que abrem a boca. Ela fala bem, é equilibrada, tem uma postura perfeita — parece saber alguma coisa a respeito da vida adulta, além de saber se sentar, ficar em pé e andar. Assim que você entra na sala percebe que essa garota sabe mais, ou então quer saber mais. A maneira como ela se veste. Não é exatamente o que se chama de chique, ela com certeza não se veste de modo exagerado (...) Usa umas roupas escolhidas a dedo, com um bom gosto discreto, saias, vestidos e calças feitas sob medida. Não para se tornar menos sensual, e sim, ao que parece, para se profissionalizar. (...) A blusa de seda está desabotoada até o terceiro botão, de modo que dá para ver que ela tem seios poderosos, lindos. Imediatamente você vê a fenda entre eles. E você vê que ela sabe. Você percebe que, apesar do decoro, da meticulosidade, do estilo cuidadosamente refinado - ou por causa disso tudo —, ela tem consciência de si própria (...) De modo que você compreende que a moça tem consciência de seu poder, mas não sabe direito como usá-lo, o que fazer com ele, não sabe nem mesmo até que ponto quer ter todo esse poder. O corpo ainda é novo para ela, a moça ainda o está experimentando, tentando compreendê-lo. (...) E essa moça também tem consciência de outra coisa, algo que eu não poderia ter percebido logo na primeira aula: consi¬dera a cultura importante, tem por ela uma reverência um tanto antiquada. Não que tenha alguma intenção de dedicar sua vida à cultura. Isso ela não quer e nem poderia fazer — teve uma educação tradicional demais para isso —, porém acha a cultura, a coisa mais importante e maravilhosa que conhece. E o tipo de pessoa que sente fascínio pelos impressionistas, porém é obrigada a ficar muito tempo olhando com atenção — e sempre com uma incômoda sensação de perplexidade — para um Picasso da fase cubista, esforçando-se ao máximo para compreen¬dê-lo. Assim, fica olhando, aguardando uma nova sensação surpreendente, um pensamento novo, uma emoção nova, e quando nada disso acontece ela se recrimina por sua incompetência e por lhe faltar... o quê? Ela se recrimina por nem sequer saber o que é que lhe falta. A arte mais moderna a deixa não apenas perplexa, como também decepcionada consigo mesma. Ela gostaria muito que Picasso fosse mais importante para ela, talvez até a transformasse, porém há uma espécie de cortina translúcida que a separa do proscênio da genialidade, toldando sua visão e obrigando-a a adorar a certa distância. Consuela dá à arte, a toda a arte, muito mais do que recebe em troca, uma espécie de seriedade que chega a ser tocante. Um coração bom, um rosto lindo, um olhar ao mesmo tempo convidativo e distanciado, peitos sensacionais, uma mulher ainda recém-saída do ovo, tanto assim que não causaria espanto encontrar fragmentos de casca colados naquela testa ovóide. Vi de imediato que aquela garota seria minha.(...)


Phelip Roth in: O Animal Agonizante - Companhia das Letras.