quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dois mil e onze motivos para acabar ...

Tem sido um ano difícil, já li vários textos começando com essa afirmação, mas tem mesmo sido um ano difícil, por esses dias possivelmente fecharei mais um ciclo de vida e por incrível que pareça não encontro entusiasmo pra comemorar, tem sido um ano cansativo.
Eu não sei o que o ano de 2011 representará na minha existência, a gente costuma lembrar pouco da horas nebulosas por que passa, os anos lembrados geralmente são os das conquistas, das vitorias, das perdas concretas e tangíveis, tem sido um ano de quebra interior.
Um ano de desesperos literalmente, de dissoluções, um ano em que me faltou o chão diversas vezes, em que eu tive de encontrar um caminho qualquer, foi um ano que me exigiu uma força que não sei se tenho, um ano de feridas abertas, onde sentir não foi pensar, um ano pra escolher continuar.
Tem sido doloroso, tediante, um ano de perguntas sem respostas, um ano sem afeto, de dureza, com fundamentos em areia, um paradigma existencial, será possível haver outro depois desse?
Tem sido um ano vazio, tem arrebentado as estruturas, tem destituindo verdades, tem feito querer parar, deveria ser o ano da aprendizagem, tem sido o ano do erro, dos errados, dos grandes grupos, da intolerância, da descrença, do ato violento em nome do normal, tem sido o ano do será.
Tem algo que ficou pra trás, lá no ano anterior, algo que não reconheceria como meu se encontrasse novamente, quem ficou no lado de lá não pertence ao lado de cá, tem sido um ano de adaptação sofrível, de rendimento zero, não tem evolução, não há compartilharmento ou comunhão, apesar da dor foi um ano de inercia.
Tem muitas de mim deixadas pra trás, umas partes de quem eu fui já me foram amputas em 2011, tem alguém aqui completamente estranho a tudo que vê, tem alguém aqui que talvez tenha crescido, mas acima de tudo envelheceu no espírito pelo ano cinza por qual passou, 2011 foi um agosto prolongado.
Talvez nunca tenha parado pra pensar em como corriam as coisas no período de um ano, saber que esse ciclo tem tempo determinado torna as coisas mais aceitáveis, pois ainda resta a esperança de que tudo melhore no ano seguinte, talvez nada esteja ligado ao calendário gregoriano, inventado simbolicamente para demonstrar a passagem do tempo, mas por mero costume prefiro achar que, findando um ciclo começa outro completamente diferente e assim consigo seguir na esperança de que o melhor me alcance.
Não quero o cinismo de saber que nada sobra da dor, quero a reação mais leve, quero manter-me conectada a vida, me surpreender com uma coisas novas, não quero que a humanidade da dor sirva de desculpa pra que eu não sonhe, que o medo não aprisione por muito mais tempo, quero liberdade pra ser inocente quanto ao que é real, quero a ilusão de que o tempo vá curar, mesmo que saiba que não há cura para o que sou.


Ps:texto retirado daqui, sinto exatamente o que ela sente, já tinha escrito meu poster de fim de ano (não sei se fico feliz por ele estar quase acabado ou triste por odiar final  de ano) mas quando encontrei esse blog, e começei a ler, vi que o que eu tinha escrito não fazia mais nenhum sentido diante desse, que á autora me desculpe mais parece-me que esse texto é mais meu do que dela (não desfazendo dos seus sentimentos, pelo contrário, não diria que fico feliz por saber que outra pessoa se sente como eu, mas me sinto compreendida, é isso, compreendida! essa é a palavra.) por isso decidi postar esse ao invés do meu, porque depois do que li, nenhum texto o qual  eu escrevesse  expressaria de maneira tão singular o que eu sinto ... 

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.