- Rubem Braga
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
- Machado de Assis
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Flor Garduño.
Todos os sentidos á flor da pele nestes
espetaculares olhares de Flor Garduno.
O site da artista:
Flor Garduño
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
''Quis ter-me apenas nos braços, não no coração.''
E teve-me!
Faminta.
Rubra.
Calma.
Teve-me!
Leve.
Safada.
Santa.
Louca.
Rasguei-lhe a pela.
Rasgou-me o pudor.
Fiz-me trapezista, e cai na corda bamba;
Fez-me de trampolim.
Mergulhou-se-me fundo;
Afoguei-me de prazer.
Deixei que me levasse ao peito.
Pegou-me pelos braços.
Abriu-me as pernas.
Dei-lhe:
Deleite.
Sossego.
Gozo.
Deixo-me:
Saudade.
Vontade.
Desejo.
Olvidou-me
E eu,
Jamais!
Diva!!!!!!!!!!!!!!!!
Nada, já nada mais importa
Nem mesmo aquela porta que se fechou pra mim
Nada, olho e não vejo nada
Seguindo nova estrada não chegarei ao fim
Perguntei ao coração e ele então respondeu
Toda gente tem seu bem e eu tão só, sem ter ninguém
É por isso que nada, já nada mais importa
Nem mesmo aquela porta que se fechou pra mim
Perguntei ao coração e ele então respondeu
Toda gente tem seu bem e eu tão só, sem ter ninguém
É por isso que nada, olho e não vejo nada
Seguindo nova estrada não chegarei ao fim
domingo, 13 de janeiro de 2013
"São Paulo, 12 de agosto de 1987
Querida mãe, querido pai,
Não sei mais conviver com as pessoas. Tenho medo de uma casa cheia de pais e mães e irmãos e sobrinhos e cunhados e cunhadas. Tenho vivido tão só durante tantos – quase 40 – anos. Devo estar acostumado.
Dormir 24 horas foi a maneira mais delicada que encontrei de não perturbar o equilíbrio de vocês – que é muito delicado. E também de não perturbar o meu próprio equilíbrio – que é tão ou mais delicado.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la.
Amo vocês como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco – todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado – nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.
Amo vocês, seu filho,
Caio."
(Caio Fernando de Abreu in Cartas.)
Querida mãe, querido pai,
Não sei mais conviver com as pessoas. Tenho medo de uma casa cheia de pais e mães e irmãos e sobrinhos e cunhados e cunhadas. Tenho vivido tão só durante tantos – quase 40 – anos. Devo estar acostumado.
Dormir 24 horas foi a maneira mais delicada que encontrei de não perturbar o equilíbrio de vocês – que é muito delicado. E também de não perturbar o meu próprio equilíbrio – que é tão ou mais delicado.
Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la.
Amo vocês como quem escreve para uma ficção: sem conseguir dizer nem mostrar isso. O que sobra é o áspero do gesto, a secura da palavra. Por trás disso, há muito amor. Amor louco – todas as pessoas são loucas, inclusive nós; amor encabulado – nós, da fronteira com a Argentina, somos especialmente encabulados. Mas amor de verdade. Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto.
Amo vocês, seu filho,
Caio."
(Caio Fernando de Abreu in Cartas.)
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