quarta-feira, 16 de outubro de 2013




Era dia, quase noite. o espetáculo começou. as cortinas se abriram, como se fosse a última vez. e talvez  fosse. As Trapezistas, sem medo, se atiravam do alto na certeza que alguém as segurariam. Via-se a domadora cheia de si, mantendo quase tudo sobe suas rédias. mas escapava-lhe o medo. As bailarinas, libertas, se davam a música; ao vento. voavam como se tivessem asas. O palhaço cheio de laços, cambaleava no seu próprio riso. e se ria. e se ria. quase de  alegria;  a contorcionista que  não contorcia apenas o corpo de forma magistral, contorcia o sorriso.  riso frouxo, dissimulando suas verdades. As luzes davam ao circo um tom mágico, que enchia a plateia de encantamento. O espetáculo prosseguia; a plateia as gargalhadas. riam. ecoando-se aos  montes embaixo daquela lona, as mais diversas gargalhadas. Via-se  uma quase felicidade por todos os lados. Foi quando no picadeiro, alguma coisa magicamente acontecia as fantasias e mascaras começaram a cair sobre o chão de Ilusão que ali se fazia. Não se via mais a alegria de outrora estampada na cara do palhaço, o que lhe engolia a face eram fundas cicatrizes de tristeza. As bailarinas caiaram do voo cego que  faziam, quebrando-lhes as pernas. Enquanto isso, as trapezistas sem ter quem as segurassem, saltavam no abismo sem volta. A medida em  que a domadora era engolida pelo seu próprio medo. por sua feroz angustia,  a contorcionista não conseguia si quer mover o músculo da face, deixando mostrar quem realmente era.... As luzes ainda continuavam a brilhar. mas agora de forma mais intensa. quase ofuscando qualquer alma que tentasse brilhar ... A plateia, não percebendo que eram eles próprios os protagonistas daquele espetáculo. Riam. um riso que quase beirava  a loucura. torcendo de maneira inconsciente que o circo pegasse fogo e  o espetáculo se findasse. Assim  elas jamais teriam que encarar  as varias obscuras faces dos seus próprios eu-s que o picadeiro revelava. Como o espelho que mostra não aquilo que se ver, mas aquilo que se tenta mascarar.



Ps: Sinto que falta alguma coisa. ainda penso em modifica-lo.... 

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O sonho de toda palavra é sentir o que tenta explicar.